sexta-feira, 14 de setembro de 2007

VERSOS PARA O MEU PAI

Não sou esperto nem ladino,
nem sou grande espingarda;
Sou menos que um menino
Que aprende a tabuada.

Pudesse eu e mandava
Todos às suas caminhas;
Acabariam as guerras,
As tuas, as deles e as minhas.

Se eu fosse militar
Sabia ler e escrever.
Saberia batalhar!
Mas saberia morrer?

Quando uma rosa aparece
No meio dum roseiral,
Logo outra desvanece
Na sombra de um quintal.

Não sou poeta, nem fui
Nem pr’a tal tenho virtudes;
Sou um qualquer “paspalhão”
Que fala de atitudes!

Ao pai que nunca vi
Por cedo ter morrido,
Quero deixar um abraço,
Um sinal no tempo, no espaço,
Onde possa ser ouvido!

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