quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

SE EU PUDESSE...

…tinha um burro
P’ra passear em Lisboa,
Ver alfama e o castelo,
Ir à lapa e á Madragoa.

Ver as “tias” de Cascais
Olhando-me com “pavor”,
E os queques a gritar
Ai k’órror!, Ai k’órror!

E se tivesse vontade
Á INVICTA podia ir,
Saindo um mês “em antes”
E chegando no a seguir!

Podia nele montar em pelo
Ou então bem arreado,
Umas vezes de bengala
Noutras vezes de cajado.

Não tinha prioridade
Em rotunda ou cruzamento,
Mas seria bué de gozo
Passear de jumento.

Não paga o selo anual
E de seguro é isento.
Não tem chapa de matrícula
E não polui ambiente.

Não consome gasolina
Nem passa na portagem;
Nem tem que mudar óleo
Entre cada quilometragem.

Como gosto de animais
Ao burro tratava bem,
Mesmo levando mais dum mês
P’ra ir de zero a cem!

Mas não tendo condições
P’ró animal possuir
Conto-vos o meu desejo
E já sei: só se vão rir!