sábado, 29 de setembro de 2007

VAMOS...

Vamos despenhar-nos neste momento!
Vamos despenhar-nos a cada momento!
Mergulhar numa paixão, qual fauno,
Numa floresta ao pôr-do-sol,
Vamos naufragar nesse sentimento.


Mergulhar nos teus braços roliços,
Nos teus lábios macios,
Nos teus olhos bravios,
Me deito e me afogo!
Em ti, finalmente, vou repousar!
Vou viver, vou sofrer, vou amar!

Sonhei-te em noites várias;
Em todas as horas do dia.
Beijei-te em tempos! Em Eras!
Que noutros tempos já eras
A minha melhor fantasia.

A CORRIDA

Porque corro nesta terra,
Sem norte e sem destino,
Sem nada ver nem sentir,
Sem nunca te ver sorrindo?

Porque foges de mim à noite,
Tapando teus sentimentos,
Correndo campos além
Entre choros e lamentos?

Porque nos tiram, amor,
Felicidade e carinho,
E só nos deixam a dor
Para o resto do caminho?

Porque somos tão pequenos
E nada temos de nosso
Nem nos deixam respirar!

Sem medo e sem temor
Vamos partir! Viajar!
Pr’a outra gente ver;
Pr’a noutra terra amar!

sexta-feira, 14 de setembro de 2007

VERSOS PARA O MEU PAI

Não sou esperto nem ladino,
nem sou grande espingarda;
Sou menos que um menino
Que aprende a tabuada.

Pudesse eu e mandava
Todos às suas caminhas;
Acabariam as guerras,
As tuas, as deles e as minhas.

Se eu fosse militar
Sabia ler e escrever.
Saberia batalhar!
Mas saberia morrer?

Quando uma rosa aparece
No meio dum roseiral,
Logo outra desvanece
Na sombra de um quintal.

Não sou poeta, nem fui
Nem pr’a tal tenho virtudes;
Sou um qualquer “paspalhão”
Que fala de atitudes!

Ao pai que nunca vi
Por cedo ter morrido,
Quero deixar um abraço,
Um sinal no tempo, no espaço,
Onde possa ser ouvido!

terça-feira, 11 de setembro de 2007

ESTOU PRESO

‘Tou preso sem correntes,
Sem grades e sem lamentos.
‘tou preso dentro de mim,
‘tou preso aqui e ali,
além e aquém de ti.

‘tou preso sem lamentos
Dos teus olhos e momentos;
Nos teus lábios estão sementes
Onde florescem sentimentos.

‘tou preso sem lamentos
Em angústias e sofrimentos,
Por não veres como ando,
Por não veres como sofro!

Por não me veres nem pensares
Que por ti morro de amores…
Por não veres os meus tormentos
‘tou preso sem correntes…

UMA SAUDADE...!


É noite lá fora
E é noite cá dentro!
As lembranças são muitas,
Os sentidos difusos,
E os meus sofrimentos
São muitos e confusos.

A noite é escura
E é escuro o dia;
A saudade é imensa
E a dor é maior
Do que quando te via
Pela praia correndo!

Noutros braços te lançavas
Em abraços apertados;
E em beijos prolongados
De carícias e ternos afagos.

Fugiste para longe
Para lá do horizonte
Do nosso mundo de sempre.
Deixas-te tantas paixões
Tantos amores e carinhos,
E tantas mais ilusões!

Já não somos quem fomos;
Já não temos esperanças
De ter ver regressar um dia,
Alegre, simples e amiga
De correr na praia, rindo,
Como noutro tempo, noutro dia!